sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Os Beatles dobraram a imprensa americana com seu bom humor


Logo na chegada a Nova York, os Beatles deram um show – mas sem seus instrumentos. Na entrevista coletiva no aeroporto, esbanjaram bom humor e ironia e dobraram os repórteres com sua postura despretensiosa
Fotógrafos a postos. Fãs histéricos. Jornalistas à beira de um ataque de nervos. Seguranças perdidos diante de uma multidão ensandecida. Assim foi a primeira entrevista dos Beatles em solo americano, no último dia 7. A banda já é número 1 na América. A coletiva de imprensa, realizada numa sala do Aeroporto John Fitzgerald Kennedy, em Nova York, já pode ser considerada um marco. Na chegada, John, Paul, George e Ringo foram ciceroneados pelo disc jockey Murray the K. O DJ estreitou laços com o grupo na Europa, alguns meses atrás, quando empresariou bandas que dividiam o palco com os próprios Beatles. Numa mistura de ingenuidade, bom humor e franqueza, os quatro garotos de Liverpool driblaram as mais diversas questões com a sempre afiada ironia inglesa. 
Repórter: O que vocês acham de Beethoven? 
Ringo Starr: Muito bom. Especialmente seus poemas (risos). 
Murray the K: Tem uma pergunta aqui na frente. 
Repórter: (gritando sobre a multidão) Vocês poderiam dizer a Murray the K para parar com essa frescura?
Beatles: (gritando e rindo ao mesmo tempo) Pare com essa frescura, Murray! 
Paul McCartney: E aí, Murray? (risos) 
Repórter: Isto é uma pergunta? 
Murray the K: (tentando organizar a bagunça) Vocês ficariam quietos, por favor?! 
Repórter: Em Detroit, existem pessoas carregando adesivos nos carros com os dizeres "Mandem os Beatles pra casa". 
Paul: É verdade! Nós trouxemos um adesivo "Mande Detroit pra casa" (barulho da platéia na sala cresce). 
Repórter: O que vocês têm a dizer sobre a campanha "Mandem os Beatles pra casa"? 
John Lennon: O que temos a dizer? 
Ringo: Qual o tamanho desses adesivos? 
Repórter: E os comentários de que vocês não são nada além de uns Elvis do Reino Unido? 
John: A pessoa que falou isso deve ser cega. 
Ringo:(rebolando igual a Elvis) Isso não é verdade! Isso não é verdade! 
John:(imita Elvis dançando) (riso geral) 
Fã que invadiu a coletiva: Vocês cantariam alguma coisa, por favor? 
Beatles: Não! (risos) 
Ringo: Desculpe. 
Murray the K: Próxima questão. 
Repórter: Existem dúvidas se vocês são mesmo capazes de cantar. 
John: Não, queremos o dinheiro primeiro (risos). 
Repórter: Todo esse cabelo ajuda vocês na hora de cantar? 
John: Claro que sim. Com certeza. 
Repórter: Vocês se sentem como Sansões? Se perderem o cabelo, não conseguirão tocar? 
John: Não sei. 
Paul: Eu também não sei. 
Murray the K: Tem uma questão aqui. 
Repórter: Quantos de vocês são carecas? Vocês usam peruca? 
Ringo: Todos nós somos. 
Paul: Eu sou careca. 
Repórter: De verdade? 
John: Sim. 
Paul: Só prometa que não vai contar a ninguém, por favor. 
John: Carecas, surdos e burros também (risos). 
Murray the K: Silêncio, por favor. 
Repórter: Vocês são de verdade? 
Paul: Somos sim. 
John: Venha até aqui sentir (risos). 
Repórter: Vocês irão cortar o cabelo no período em que passarem aqui? 
Beatles: Não! 
Ringo: Nem a pau. 
Paul: Não, obrigado. 
George Harrison: Eu cortei o meu ontem (risos). 
Ringo: É verdade. Ele não está mentindo. 
Paul: É a pura verdade. 
Repórter: Pensei que o cabelo dele tinha caído. 
John: Nada. 
George: Não perdi cabelo nenhum. 
Ringo: Você deveria ter visto ele ontem. 
Repórter: O que vocês acham que a música de vocês causa nestas pessoas (se referindo às fãs enlouquecidas no hall do aeroporto)? 
Ringo: Eu não sei. Acho que ela as deixa alegres. Bom, deve ser isso mesmo, afinal elas estão comprando nossos discos. 
Repórter: Por que elas ficam tão excitadas? 
Paul: Não sabemos. De verdade. 
John: Se soubéssemos, forjaríamos uma outra banda e seríamos seus empresários (risos).

fontes: Veja

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